Mensagem de 14 de Setembro de 2021

Frequentemente eu pergunto às audiências a seguinte questão, “Qual é o oposto do estresse?” A maioria das pessoas diz que é “paz”, “calma”, “tranquilidade”, ou algo parecido. É natural pensar assim, porque quando nos sentimos estressados, naturalmente queremos nos sentir calmos. Mas paz, calma, ou tranquilidade não são de fato os opostos de estresse. Eles representam a ausência dele. Queremos nos sentir calmos ao invés de estressados, removendo o estresse.

Falando psicologicamente, o oposto do estresse é, na realidade, a bondade. Deixe-me explicar.

O estresse começa como um sentimento, o qual então traz efeitos psicológicos. Ele é largamente independente da situação que o causa. Por exemplo, duas pessoas podem estar na mesma situação – uma se sente estressada, enquanto que a outra se sente calma. Você e seu amigo podem estar juntos para assistir um um vídeo no Zoom quando a conexão da Internet cai. Você fica tão estressado porque realmente quer ver o vídeo, mas seu amigo diz calmamente, “Tudo bem, a gente assiste o vídeo gravado.” Eu acho que a maioria de nós pode reconhecer situações semelhantes em nossas próprias vidas.

Mas, devido a como nos sentimos, você agora terá os hormônios do estresse circulando em seu cérebro e corpo (como adrenalina e cortisona). Ainda assim, seu amigo que está calmo, não terá. A situação não tem muito a ver com o quanto de hormônios do estresse cada um de vocês produz. É como cada um sente que determina os seus níveis de hormônio de estresse.

Sentimentos de estresse produzem hormônios de estresse.

Da mesma forma, sentimentos induzidos por bondade, geram hormônios de bondade. É assim que os chamo a traçar um paralelo com o estresse em que eles são produzidos devido a como a bondade é sentida. O principal é a oxytocina, o hormônio reprodutivo que também tem nomes muitos afetuosos, como a droga do amor, o hormônio do abraço, ou o aconchego químico.

E assim, um ato de bondade em si não produz hormônios de bondade. É como a bondade é sentida que os produz.

Crucialmente, a bondade e seus respectivos hormônios trazem efeitos opostos do estresse e de seus hormônios. Por exemplo:

Eles são mutuamente exclusivos. Não é um ou o outro.

Em um estudo simples, pesquisadores enviaram uma mensagem de texto a voluntários todas as noites e pediram a eles que dessem dois números. O primeiro era uma pontuação, como 0-10, para o nível médio de estresse que eles sentiram naquele dia, onde 0 seria nenhum estresse e 10, seria altamente estressado. O segundo número representava o número aproximado dos tipos de coisas boas que eles pudessem lembrar de ter dito ou feito naquele dia.

Quando os dados foram processados após algumas semanas, eles revelaram algo surpreendente. Nos dias em que a pontuação da bondade era alta, a pontuação do estresse era baixa. E nos dias onde a pontuação do estresse era alta, a pontuação da bondade era baixa. Um enredo animado dos dados pareceria como uma gangorra. À medida que a bondade subia, o estresse descia.

Isso não quiz dizer que quando estamos sendo bondosos, que coisas estressantes não acontecem. É claro que acontecem. Todos sabemos disso por experiência. O que isso realmente significou é que quando estamos sendo bondosos, os sentimentos induzidos aliviam os eventos estressantes. Então, quando há bondade acontecendo, coisas potencialmente estressantes podem acontecer, mas elas simplesmente não parecem tão estressantes.

Então, da próxima vez que você se sentir estressado, ao invés de pegar o seu tapete de yoga ou a almofada de meditação, tente a bondade. Pare por alguns momentos e pense nas vezes onde você experienciou a bondade, seja como sendo bondoso, recebendo-a, ou até testemunhando. Lembre-se de como se sentiu. Melhor ainda, encontre alguém que precise de ajuda e ofereça sua mão.

David Hamilton – Fonte https://drdavidhamilton.com/
Roseli Giusti Zahm e Marco Iorio Júnior – Tradutora e Editor exclusivos do Trabalhadores da Luz