A chuva não aparece em um céu sem nuvens

Mensagem de 24 de Setembro de 2019

Estou começando a ver que existem muitos estados de sentimentos cotidianos que são o equivalente mais próximo nesta dimensão aos estados divinos nas dimensões superiores.

Eu vi outro sentimento hoje que posso usar como exemplo: Imparcialidade. A imparcialidade tem seus aspectos cotidianos e aspectos de dimensão superior.

Ser imparcial é abandonar quaisquer julgamentos que se possa ter de uma situação, e abordá-la de forma nova e aberta.

No nível cotidiano, por um lado, temos julgamentos, mas não prestamos atenção a eles para avaliar a situação. Eles estão lá, mas calados. Um “deixe-os em casa”, por assim dizer.

Um colega dizia sobre si mesmo: “Tenho uma mente aberta, mas não uma mente vazia”.

Eu servi como juiz de refugiados e precisava ser imparcial em minhas audiências. Gravações dos processos e minhas sentenças estavam disponíveis para análise pelos tribunais superiores.

Se eu não fosse imparcial, a decisão seria descartada e uma nova audiência seria realizada com outro juiz.

Olhando para trás, por causa dos ensinamentos de iluminação que eu estava lendo na época (isso foi depois da visão), eu provavelmente consegui ter menos julgamentos do que alguns outros, mas não fiquei livre deles.

Por outro lado, em um nível de dimensão mais elevada, não se tem julgamentos, ponto final.  Afogado em um oceano de amor, uma pessoa não tem nenhuma falta que o faça levantar um dedo para julgar o outro. O amor une.

Além de não termos uma gaveta de arquivos cheia de julgamentos, todo o ambiente no qual os julgamentos surgem não estaria presente. É isso que faz o mundo funcionar para todos. Amor e bem-aventurança.

Pense na chuva. Hoje não está chovendo. Isso é falta de julgamento. Mas ainda existem nuvens de trovão. Ainda há potencial para julgamentos.

Por outro lado, não, hoje existe um céu claro, azul e ensolarado. Não há nem o potencial para a chuva. Da mesma forma, quando alguém se afoga no amor, não há sequer o potencial para julgamentos.

Quando alguém está em êxtase, paz, domínio, abundância, etc., o mesmo. Não há nuvens no céu que produzam chuva.

Fico tentado a dizer, como hipótese, que os estados divinos excluem o julgamento. Porque e como eles o fazem, eu não sei. Só sei que, cheio de amor ou felicidade, não sou capaz de julgar outra pessoa.

Julgamento e amor não podem coexistir. O primeiro cede ao segundo, sempre. Mas eu não estou falando de amor falso. Não estou falando de amor comum. Estou falando da coisa real – amor transformador e de dimensão superior.

Os julgamentos não aparecem no amor real. A chuva não aparece em um céu sem nuvens.

Fonte: http://voyagesoflight.blogspot.com/ — Juliana Pena Vogel e Marco Iorio Júnior — Tradutora e Editor exclusivos do Trabalhadores da Luz