A Desconstrução do Eu Construído

Mensagem de 13 de Maio de 2019

Estamos em um processo de ter os nossos temas mais profundos trazidos à superfície por notícias de desastres, bombardeamentos, etc.

Os nossos medos vêm à superfície, são experienciados, e, nessa atmosfera rarificada, são liberados ao invés de serem energizados e empurrados novamente para baixo.

Ao mesmo tempo, as mesmas energias estão tornando mais fácil liberar os nossos temas, também estão elevando cada célula em nossos corpo, com outras mudanças como consequência.

O efeito rede disso tudo é desconstruir o Eu construído em que trabalhamos tantas vidas para construir.

A nossa imagem, o nosso aspeto, os nossos gestos, o nosso tom, tudo sobre nós e a forma como nos vestimos, o que possuímos, com quem nos casamos, etc, etc, faz parte do Eu construído e aqui estamos nós, derrubando todo o edifício. Provavelmente o trabalho de muitas vidas está indo para o lixo.

Para lá também vai o “pecado original”. O que nos restou foi a “inocência original”.

Retornamos ao nosso Eu naturalmente inocente. “Sahaja” como em Sahaja Samadhi – que é Ascensão – significa “natural”.

Lao Tzu nos convida a “tocar o derradeiro vazio” (1). Não existe Eu construído aí. E fazemos isso ao deixar ir.

Ajahn Sumedho tornou, de forma memorável, o Budismo fácil para todos nós ao reduzir o que precisamos fazer a duas palavras:

“Estou tornando isso muito fácil para você, para evitar que você seja pego por quantidades incríveis de sofrimento. Não existe nada mais triste do que ter de assistir a Conferências Internacionais Budistas!

Alguns de vocês pode ter o desejo de se tornarem o Buddha dessa era, Maitreya, irradiando amor pelo mundo. Seja apenas uma minhoca que sabe apenas duas palavras – ‘deixar ir, deixar ir’” (2)

Estamos fazendo isso – deixando ir o nosso Eu construído –, a imagem de nós mesmos que temos e projetamos para a aprovação e aceitação dos outros.

Estamos nos declarando a nós mesmos preparados e dispostos a ficarmos aqui sem a nossa atuação, a nossa confusão e os nossos números. Apenas nós, orgânicos e crús. É assustador, mas também é imensamente libertador.

Notas de Rodapé

(1) Lao Tzu, The Way of Life. The Tao Te Ching. trans. R.B. Blakney. New York, etc.: Avon, 1975, verse 16, 68.

(2) Ajahn Sumedho, Cittaviveka. Teachings from the Silent Mind.(Hemel Hempstead: Amaravati Publications, 1992; c1984, 44.

Steve Beckow

Fonte: https://goldenageofgaia.com/ — Margarida Estevam e Marco Iorio Júnior — Tradutora e Editor exclusivos do Trabalhadores da Luz