A “responsabilidade” espiritual

Mensagem de 10 de Dezembro de 2020

Não há dúvidas de que estamos vivendo os espasmos da ansiedade, incerteza, raiva e julgamento, onde nossas visões de “diferença” geralmente são usadas como armas de grande dano. Nós perdemos a percepção de que nosso estado interior de ser reflete-se para o nosso mundo. Muito frequentemente nós atribuímos a autoridade por nossa felicidade e bem-estar para alguém; para alguma posição de autoridade, um sistema social…para qualquer coisa “lá fora.”

No entanto, nossa sabedoria mais profunda sabe que as causas divisões de nossa insatisfação também moram dentro de cada um de nós. Nossa fragmentação interna e separação são exageradas em cada área de nossas vidas agora. Talvez mais pessoalmente na necessidade de usar máscaras, em nosso limitado contato humano e sentimentos de isolamento e em sacrificar nosso desejo de intimidade pela ameaça de doença e até mesmo morte.

Talvez você não queira ler isto. Porque este artigo é sobre nossa responsabilidade espiritual pela diminuição de nosso próprio sofrimento e a raiva desnecessária em nosso planeta. É sobre as mudanças internas necessárias para conter a degradação. Você pode não querer ler isto porque vai exigir algo de você. É um chamado para despolitizar nossas vidas. Em seu núcleo, este artigo convida um retornar à harmonia, de dentro para fora.

Nossos ancestrais sabiam e a ciência provou, que tudo está conectado; que vivemos como parte de um universo unificado, onde cada espécie, cada célula, cada partícula subatômica é parte de um campo de energia intrincadamente tecido. Dentro deste campo, o que acontece com um, acontece com todos. E o que acontece dentro (nossos pensamentos, crenças, visões, preconceitos) é vivido em nossa vida externa. Estes eram os ensinamentos dos mestres da sabedoria. Jesus ensinou sobre consciência unitiva como o portal de volta para nossa própria totalidade: “Quando você fizer dos dois um, e fizer o interno como o externo e o externo como o interno e o acima como o embaixo…então você vai entrar no reino.”

Os ensinamentos espirituais de todas as tradições de sabedoria abraçam que a evolução humana e o despertar da consciência envolvem um movimento para longe de se ver a si mesmo como separado e diferente e para uma lembrança de que somos um elemento essencial de uma força cocriativa manifestando-se como a própria vida.

A crença de que somos separados e irresponsáveis pelo que está acontecendo ao nosso redor é uma mentira que não podemos mais nos dar ao luxo de entreter.

Parece haver um renascimento do interesse na mentira da alma, de Sócrates. Esta mentira perniciosa é definida como uma inverdade que aceitamos como verdade absoluta no nível mais fundamental. Você pode dizer que é uma mentira que foi levada a sério; levada para as profundezas de sua alma. Uma vez profundamente enraizada, a psique não consegue reconhecer esta mentira como mais nada além da verdade.

Porque alguma coisa dentro de você está certa de que reconhecer esta mentira significaria a morte do que você acredita ser. Então, aprendemos a defender a mentira da alma conforme ela distorce continuamente nossa interpretação da realidade – nossos julgamentos sobre o comportamento e motivação de outras pessoas, até mesmo nossa visão de nós mesmos.  

Se ainda está lendo este artigo, a boa notícia é que você provavelmente está despertando para as mentiras da alma em sua própria educação. Você está começando a perceber que este despertar não é tão perigoso, afinal. De fato, ele é essencial. E você pode treinar seu campo de energia, seu corpo, seu sistema nervoso, sua mente e coração para serem guerreiros para sua própria liberdade. Este é o treinamento da Escola dos Nove Portais de Mistério.

Há uma força que vem de olhar no rosto de sua alma individualizada, lembrando que cada um de nós somos expressões únicas de uma força de vida indivisível que suporta nosso desenvolvimento espiritual. Podemos personificar esta força. Podemos reconhecer como projetamos nossa própria força na vida, julgando outros porque não ousamos reconhecer o quão duramente julgamos a nós mesmos. Nesta força, pegamos a sombra que projetamos no mundo e vemos seu reflexo na sombra interna. Este não é um trabalho externo. É um imperativo pessoal, profundo. Isto não é autocondenação. Isto se torna o seu chamado!

Cada fluxo de sabedoria de consciência tem estórias de como Iniciados devem primeiramente receber um chamado. Muito frequentemente este chamado chega como uma provação – uma doença séria, uma iniciação que leva a pessoa para a porta da morte e então além. Esta “morte” não é literal, ela não mata. Ela liberta. Pois o chamado requer uma ruptura interna e externa de tudo, então os Iniciados surgem livres de equívocos (mentiras da alma) e de suas incapacidades de assumir uma parte essencial na evolução de suas próprias vidas.

Como Iniciados destes tempos atuais – tempos que poderiam ser percebidos como nosso chamado para a morte de tudo o que conhecemos – nós também podemos surgir. Vamos precisar de um novo tipo de energia interna. E como eu digo para cada estudante da Escola de Mistérios, “Isso vai exigir tudo de você”. Você vai precisar experienciar sua “morte”, este último desapego, enquanto desperta para a percepção de que não é seu medo de morrer (para auto-imagem, ideias, crenças) que o mantém congelado no lugar. Ao contrário, é o não saber o que você vai se tornar depois que morrer que o aterroriza. Como você se desapega de tudo o que construiu na forma, não sabendo como se refazer numa nova forma digna de tal sacrifício?

Nosso medo e resistência nos mantêm aprisionados numa versão menor de nós mesmos. Uma vida muito apertada e restritiva para se estender em nossa totalidade. Mais uma vez, a boa notícia é que podemos treinar para as mudanças necessárias. Juntos podemos nos permitir sofrer tudo o que deve morrer, para que possamos desmoronar o suficiente para reconhecermos uns aos outros novamente. Juntos podemos participar na cura de nossa mentira da alma compartilhada.

Deborah Jones – Fonte https://spiritualityhealth.com/
Roseli Giusti Zahm e Marco Iorio Júnior – Tradutora e Editor exclusivos do Trabalhadores da Luz