“A verdade é uma terra sem caminhos” – ensinamentos de Krishnamurti 

Mensagem de Junho de 2018

O núcleo do ensinamento de Krishnamurti está contido na declaração que ele fez em 1929, quando disse: “A verdade é uma terra sem caminhos”.

O ser humano não pode chegar a si através de qualquer organização, através de qualquer credo, através de qualquer dogma, sacerdote ou ritual, não através de qualquer conhecimento filosófico ou técnica psicológica. Ele tem que se encontrar por meio da observação de como se relaciona, através da compreensão do conteúdo de sua própria mente, através da observação; não através de análise intelectual ou dissecção introspectiva.

O homem construiu em si mesmo imagens como um campo de controle e segurança – religiosa, política, pessoal. Este campo se manifesta em símbolos, ideias, crenças. O peso dessas imagens domina o pensamento do homem, seus relacionamentos e sua vida cotidiana. Essas imagens são as causas de nossos problemas, pois dividem o homem de si próprio. Sua percepção da vida é moldada pelos conceitos já estabelecidos em sua mente. O conteúdo de sua consciência é toda a sua existência. A individualidade é o nome, a forma e a cultura superficial que recebe das tradições e do ambiente. A singularidade do homem não reside no superficial, mas na completa liberdade do conteúdo de sua consciência, que é comum a toda a humanidade. Então ele não é um indivíduo.

Liberdade não é uma reação; a liberdade não é escolha. É pretensão do homem que, porque ele tem escolha, ele é livre. Liberdade é pura observação sem direção, sem medo de punição e recompensa. A liberdade é sem motivo; a liberdade não está no fim da evolução do homem, mas está no primeiro passo de sua existência. Em observação, começa-se a descobrir a falta de liberdade. A liberdade é encontrada na consciência sem escolha de nossa existência e atividade diárias.

Pensamento é tempo. O pensamento nasce da experiência e do conhecimento, que são inseparáveis ​​do tempo e do passado. O tempo é o inimigo psicológico do homem. Nossa ação é baseada no conhecimento e, portanto, no tempo, então o homem é sempre um escravo do passado. O pensamento é sempre limitado e por isso vivemos em constante conflito e luta. Não há evolução psicológica. Quando o homem se torna consciente do movimento de seus próprios pensamentos, ele verá a divisão entre o pensador e o pensamento, o observador e o observado, o experimentador e a experiência. Ele descobrirá que essa divisão é uma ilusão. Então só há observação pura que é insight sem qualquer sombra do passado ou do tempo. Essa percepção atemporal traz uma mutação profunda e radical na mente.

Negação total é a essência do positivo. Quando há negação de todas as coisas que o pensamento trouxe psicologicamente, só então há amor, que é compaixão e inteligência.

Fonte: https://theimmeasurable.org/ – Mahalakshmi e Marco Iorio Júnior –  Tradutora e Editor exclusivos do Trabalhadores da Luz