“Mais vale uma raiva verdadeira que um sorriso falso”. ?

Mensagem em 17 de abril 2014

Este artigo teve seu inicio neste outro artigo "Se a jornada espiritual é individual, qual a importância do relacionamento entre nós?  ", para seguir melhor a leitura, aconselho lê-lo CLICANDO AQUI.

Perguntas: Mas como fica, então, a necessidade de ser espontâneo, honesto, de ser verdadeiro, de que “mais vale uma raiva verdadeira que um sorriso falso”?

Prem Baba: Tudo isso continua sendo verdadeiro, e, às vezes, você precisa tomar um remédio amargo, dependendo do lugar onde você se colocou. Mas é claro que, quando você está se expressando com o propósito de se libertar, é muito diferente de quando você está estupidamente propagando miséria.

Então, é muito importante você estar realmente consciente do poder da palavra. Para isso você precisa estar presente.

Se não você vai se tornar uma estátua, uma múmia que não fala. Uma das coisas que faz você humano, é justamente a palavra. A não ser que você se torne um santo e faça um voto de silêncio; aí é outra coisa. Estou falando para o ser humano regular, que está aí na dura batalha de aprender a se relacionar de uma forma sadia.

Pergunta: Mas então como viver em silêncio diante uma multidão?

Prem Baba: Esse silêncio pode ser interpretado como presença. Palavra que nasce da presença também é silêncio, fragrância do sagrado espírito. Então, a grande questão é aprender a sustentar a presença enquanto você se relaciona, sustentar o coração aberto e a consciência expandida enquanto você se relaciona, enquanto você dialoga com o outro.

Porque é nesse momento que você tende a se esquecer de quem é você. Num diálogo, é só o outro falar que você é feio, ou, menos ainda, só ele falar com você sem olhar para você, já é o suficiente para acordar a besta fera que mora em você. (risos).

Aí faz com que você novamente se identifique com a natureza inferior, com a ideia que você é um ‘eu’ separado, com suas marcas, com seus traumas de humilhação de exclusão, de rejeição; então você tem que reagir, se defender. Você se defende atacando ou contra atacando, porque se sente atacado e vai se perdendo num mar de ilusão, que é o mar de escuridão.

Então, o diálogo com o outro é um importante instrumento de aprendizado nessa escola de amor. Importante aprendizado! Prioritariamente, esse instrumento é para ensinar você a estar presente enquanto se relaciona; e se você está presente mesmo, vai ver que não tem muita necessidade de conversar. Conversa necessária, mesmo, é bem pouca.

A grande maioria dos diálogos é de conversas desnecessárias e de diálogo destrutivos, geradores de mau karma. Porque o diálogo destrutivo se tornou um vício. Se você estiver atento, vai ver que a grande maioria dos diálogos é feito de fofoca. Você está sempre falando de um terceiro, sempre falando da vida do outro.

Uma forma de começar a purificar a língua é jamais falar do outro quando ele não está presente.

Se você chegou a um lugar, a um grupinho, e alguém começa a falar do outro, vira as costas e sai. Você tem que cortar esse vício, esse é o principal vício que a humanidade usa para fugir de si mesmo. Vá olhar os grupos nos diversos lugares de “lazer”, as pessoas se encontram para falar da vida do outro; normalmente para falar mal, às vezes misturado com um elogio, para fugir da sentimento da culpa.

Mas, esse diálogo desnecessário é veículo de todas as matrizes do ‘eu’ inferior, de inveja de ciúmes, de luxúria; é por aí que o ‘eu’ inferior te pega. Claro que você pode, às vezes, de verdade, edificar alguém, mas quando isso vem do coração mesmo, é algo muito espontâneo, muito natural; é um poder construtivo que se manifesta. Então, esse é um tema muito significativo. Realmente muito importante. Que você deve mesmo colocar bastante atenção.

Na raiz da conversa desnecessária ou do diálogo destrutivo está o medo e seu parceiro, o ódio, que estão a serviço de te distrair da meta maior, estão a serviço do véu da ilusão, para sustentar a ideia que você é um ‘eu’ separado.

A conversa desnecessária é para fugir da angústia de não saber quem é. É a mesma razão que faz você correr tanto na vida, para lá, para cá, não parar nunca com você sentado; se distrai até com a própria busca espiritual. Quando percebe a possibilidade de entrar mais fundo, você precisa se distrair e aí, claro, que dificilmente você vai chegar a algum lugar.

Então, meu amado amigo, tenha coragem de renunciar a esse jogo da natureza inferior e faça com que esse poder, que é a palavra, esteja a serviço do grande espírito. Esse é seu grande desafio.

Dentro desse tema que ainda está aberto, que é nos abrirmos para compreender quais os ensinamentos que as águas ainda têm para nos oferecer, vou voltar ao assunto. Temos falado ainda de aspectos superficiais a respeito da falta de água, mas aspectos necessários que precisam ser compreendidos. Mas tem aspectos mais profundos ainda, relacionado ao karma, relacionado com a relação com o feminino, que a gente ainda não teve a chance de falar, quero voltar ao assunto.

Abençoado seja cada um de vocês.

Que possamos usar esse tão poderoso instrumento, que é o diálogo, para criar paz, para criar união.

Até nosso próximo encontro.

Namaste

Fonte: http://www.sriprembaba.org/