O dragão – uma parte de nós

Mensagem de 1 de Junho de 2020

Em nosso despertar e ao nos tornarmos mais e mais conscientes, podemos perceber que ainda há algumas áreas em nosso ser que tendem a se agarrar às velhas feridas como se fossem um velho cobertor favorito.

Como uma mulher nascida na cultura dos anos 50, é muito fácil para mim ser provocada de tempos em tempos quando a misoginia levanta sua cabeça. Há mais razões do que não para sentir raiva sobre como as mulheres ainda são vistas como não totalmente humanas. Sexismo é o mais normalizado dos preconceitos. Mesmo no mundo atual. Eu posso ver como eu internalizei a misoginia e quão grande parte do tecido de meu ser ela tem sido. Posso citar estatísticas de violência contra as mulheres. Como as instituições ainda tentam erodir os direitos reprodutivos delas. Como eu tenho sido pessoalmente envergonhada, culpada e atacada no passado por causa de meu gênero. E todas as formas mais insidiosas e sutis de sexismo eu suportei. Isso dá um bom caso.

E torna especialmente difícil desistir de tudo. Deixar aquela estória ir de uma vez por todas. É meio divertido carregar as feridas. Usá-las ocasionalmente como um símbolo de coragem. Bancar a vítima de uma sociedade que por um longo tempo tem visto as mulheres como cidadãs de segunda classe.

E eu não quero minimizar a realidade. Mas também sei que se pretendo dar um passo em direção à minha liberdade nesta vida, eu preciso deixar ir aquela tradição. Aquela que diz que as mulheres precisam sofrer para serem vistas como virtuosas. Que o valor delas está em carregar as feridas da humanidade.

É uma tradição muito antiga. E, algumas tradições, embora conhecidas, não estão necessariamente nos beneficiando. Talvez em certa época elas serviram pois eram uma forma de proteção. Mas agora, conforme emergimos do sono profundo da 3D, não precisamos mais nos proteger de nada nem de ninguém.

Esta é uma declaração ousada, com certeza, em um mundo que claramente parece fora de controle.

Mas eu fui além daquele mundo. Eu não mais assino aquela realidade. Mas aquela realidade tentou me manter amarrada a ela. Sabemos como a gravidade daquele mundo nos puxa literal e emocionalmente para ele sempre que tem uma chance.

Todos nos perdemos naquele mundo sedutor por um longo tempo. Esquecemos quem somos. Que somos seres eternos. Almas tendo uma experiência humana. Vivendo as estórias galácticas até que alguns de nós apenas ficasse cansado das velhas coisas.

Algumas almas estavam prontas para algo diferente. Que baixaram suas espadas. Que desistiram da batalha entre o coração e a mente, finalmente. E decidiram que era hora de voltar para casa.

Tem sido uma estrada árdua. E há um monte de chavões fofos para nos fazer sentir melhor. Mas tem sido uma estrada difícil. Sendo solicitados a nos libertar de tanta coisa. De todas nossas zonas de conforto. E até de deixar ir tão antiga tradição.

Uma tradição que tem sido parte de nosso DNA por eras. Como podem esperar que nos libertemos dela?

O primeiro passo é claro reconhecê-la. Estar consciente dela. Além disso não há realmente nenhuma ação que precisa ser tomada. Mas a escolha de passar por esse despertar automaticamente coloca as coisas em movimento. Como a habilidade de nosso ser interior de limpar qualquer coisa que não serve mais nossa liberdade.

Se insistirmos em nos agarrar a estas tradições às custas de nossa liberdade, isso vai se tornar cada vez mais desconfortável. Seja um problema físico, financeiro ou emocional, irá ficar pior.

Podemos confiar nisso. Alguns o chamam de nosso dragão pessoal. O dragão é a parte nossa que irá tirar de nós qualquer coisa que não esteja servindo nossa liberdade.

Talvez ao ponto onde sentimos como se quiséssemos desistir de tudo. O que não é um lugar ruim de estar. Pelo menos lá estamos deixando ir a resistência.

E as feridas que todos sentimos, seja como homem, mulher ou qualquer outro gênero, volta para antes de criarmos o planeta Terra. Então, é realmente sobre deixar ir a estória original. Isso é grande. Realmente grande.

É isso que torna a grandeza do que estamos fazendo tão incrível para mim.

Maria Chambers
Fonte: https://soulsoothinsounds.wordpress.com/ — Roseli Giusti Zahm e Marco Iorio Júnior — Tradutora e Editor exclusivos do Trabalhadores da Luz