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22/06/2022Vivendo sua mais alta verdade
24/06/2022
Mensagem em 20 de Junho de 2022
As recomendações dos oficiais de saúde para evitar a exposição ao sol a não ser que você esteja lambuzado de protetor solar, privaram os humanos de sua necessidade fundamental pela luz do sol. No vídeo acima, o Dr. Paul Saladino, autor do “Código Carnívoro”, um livro sobre alimentação baseada na proteína animal e apresentador do podcast Saúde Fundamental, mergulha nas muitas razões pelas quais a luz do sol é tão essencial que poderia até ser descrita como um nutriente. “Ela tem sido uma parte crítica de nossa evolução ao longo de nossa existência”, ele diz. “A luz do sol, a verdadeira luz, é essencial para uma vida humana ótima. Você não pode ser um humano ótimo sem…níveis adequados da verdadeira luz visível do espectro dos raios ultravioleta externos do sol, quando você não está usando protetor solar.”
Se mais pessoas passassem tempo sob o sol – não ficando queimadas, mas se expondo gradualmente e gradativamente aumentando a tolerância da pele – Saladino explica que níveis de muitos taxas de câncer provavelmente cairiam e haveria menos mortes por doenças cardiovasculares e menos casos de desordem afetiva sazonal, enquanto melhoras seriam observadas em muitas outras doenças, tais como artrite reumatóide e esquizofrenia. Este é o poder do sol.
As taxas de câncer aumentam com a distância do equador
Quando você aplica protetor solar para “proteger” sua pele do sol, você não apenas está expondo seu corpo a elementos tóxicos do protetor, mas também inibindo as complexas interações que ocorrem entre a luz ultravioleta (UV) do sol e sua pele. Óxido nítrico, por exemplo, é produzido em resposta ao UVA e isso leva a vasodilatação. Há também beta-endorfinas produzidas em sua pele quando ela é exposta ao UVA e UVB e fortes associações com o câncer podem ser encontradas, dependendo de sua localização em relação ao equador.
“Com distâncias maiores do equador”, diz Saladino, “sabemos que há taxas mais altas de câncer de colon, mamas, pâncreas, ovários, cérebro e rins e do câncer de sangue múltiplo mieloma – conforme você se afasta mais longe do equador.” A tuberculose é outra doença que tem sido relacionada com a exposição solar. Em 1903, Niels Ryberg Finsen foi agraciado com um Prêmio Nobel por seu uso da helioterapia solar, ou exposição à luz solar, para tratar doenças como tuberculose.
“Uma vez que as drogas anti-tubercolose foram desenvolvidas, este tipo de terapia caiu em desuso, mas havia solários, havia estes hospitais em todo o deserto sudoeste. Eu estudei na escola de medicina na Universidade do Arizona em Tucson e alguns dos lugares onde fiz rodízio eram previamente hospitais para pacientes de tuberculose que eram colocados no sol e havia alguma melhora em suas doenças,” explica Saladino. A exposição à luz UV também tem benefícios para o sistema imunológico. “Ela afeta a diferenciação celular. Ela pode melhorar a cura de feridas…Eu não acho que muitas pessoas pensam em colocar suas feridas no sol para ajudar com a cura, mas o sol de fato ajuda.”
Benefícios da Luz Solar, da Vitamina D e Além
O fato de que sua pele produz vitamina D em resposta à exposição solar, é outra pista de que ele é benéfico. A vitamina D aumenta sua capacidade de lutar contra infecções, bem como inflamação crônica e produz mais de 200 peptídeos antimicrobiais (AMPs), um dos quais é a catelicidina, um antibiótico de largo espectro que ocorre naturalmente.
O peptídeo antimicrobial catelicidina, ou CAMP, é feito de células imunes e pele e células intestinais, que agem como uma barreira à infecção. Uma riqueza de dados também mostra que níveis de vitamina D estão fortemente relacionados com a severidade da infecção do SARS-CoV-2. Saladino visitou a tribo Hadza na África, que está entre os melhores representantes vivos de como os humanos viveram por dezenas de milhares de anos. Ele credita a exposição regular ao sol, bem como sua dieta nativa pela falta de doenças crônicas, vistas nas sociedades modernas:
“Há boa pesquisa observacional epidemiológica que níveis de vitamina D acima de 30 nanogramas por mililitro (ng/mL) eram bem protetores e se pensarmos sobre isto evolucionariamente, grupos como os Hadza e os Maasai, evoluíram no equador. Eles têm uma linhagem lá que tem muitas centenas, milhares de anos de idade. A vitamina D deles é em média de 46 a 48 ng/mL, o que eu sugiro ser um nível evolucionariamente apropriado e provavelmente bom para a maioria dos humanos.”
Para evitar infeção e prevenir doenças crônicas, o nível que se deve buscar é entre 60 a 80 ng/mL, com 40 ng/mL sendo o ponto de corte baixo para suficiência para prevenir uma grande gama de doenças, incluindo câncer. A chave é obter sua vitamina D do sol, não de suplementos. É importante entender que a vitamina D não é o único benefício do sol. De fato, a vitamina D é mais do que provavelmente um biomarcador ou substituto para a exposição solar, que também está intrincadamente envolvida na produção de melatonina.
Durante o dia, se você obtiver exposição apropriada, os raios quase infravermelhos do sol penetram profundamente em seu corpo e ativam o citocromo c oxidase, que por sua vez estimulam a produção de melatonina dentro de sua mitocôndria. A sua mitocôndria produz ATP, a moeda de energia de seu corpo. Um bioproduto desta produção de ATP é a criação das espécies oxidativas reativas (ROS), que são responsáveis por estresse oxidativo e radicais livres.
Quantidades excessivas de ROS irão danificar a mitocôndria, contribuindo para uma saúde abaixo do ideal, inflamação e condições crônicas de saúde, tais como, diabetes, obesidade e trombose (coágulos de sangue). Mas a melatonina essencialmente varre o ROS que danifica sua mitocôndria. Então, obtendo exposição ao sol suficiente durante o dia, sua mitocôndria será banhada em melatonina, reduzindo assim o estresse oxidativo. Saladino adiciona: “Eu sugeriria que você tome sua vitamina D da verdadeira luz solar, por causa dos outros benefícios – endorfinas, óxido nítrico, talvez outras moléculas de colesterol como o sulfato de colesterol. Penso que nós nem mesmo entendemos todos os benefícios de estar sob o sol. Há tantas associações com latitude que sugerem que poderiam ser mais profundos do que a vitamina D.”
A Luz do Sol Pode Afetar Seu Microbioma
Para entender a energia solar, é útil estar ciente que 39% do espectro solar é o que nós vemos como luz visível. A maioria do espectro solar, 54.3%, é infravermelha, que não é visível, mas ao invés, sentida como calor. A luz ultravioleta representa apenas 6.8% do espectro solar e a vitamina D é especificamente produzida em resposta à radiação UVB, que é apenas uma pequena parte do espectro ultravioleta.
É a exposição a este espectro total de luz que gera os maiores benefícios, dos quais a maioria são provavelmente ainda desconhecidos. Melatonina, por exemplo, é produzida dentro de sua mitocôndria em resposta à radiação quase infravermelha, que é parte do espectro infravermelho. Exposição a outro tipo – banda estreita ultravioleta B, ou NB-UVB – leva a outro pouco conhecido benefício – a modulação do microbioma intestinal humano.
Participantes em um estudo foram divididos em grupos que tomaram suplementos de vitamina D durante o inverno antes do estudo e aqueles que não tomaram. Eles foram então expostos a NB-UVB três vezes durante o período de uma semana.
Não apenas os níveis de vitamina D aumentaram em ambos os grupos, mas a exposição à luz aumentou significativamente a diversidade alfa e beta no grupo que não tomou a vitamina D e bactérias de diversas famílias foram enriquecidas. Os pesquisadores propuseram que um eixo pele-intestinos pode existir que afeta o microbioma intestinal e ele aparenta ser mediado pela luz solar: “Este é o primeiro estudo a mostrar que humanos com níveis baixos 25 (OH) de soro D, demonstram mudanças evidentes em seus microbiomas intestinais em resposta à exposição da pele à NB-UVB e aumenta em 25(OH) os níveis D, sugerindo a existência de um novo eixo pele-intestinos que poderia ser usado para promover homeostase e saúde.”
Melanoma Não É Sempre um Câncer Associado ao Sol
A pergunta que muitos fazem com relação à exposição solar é se ela aumentará o risco de câncer de pele. O melanoma é considerado a forma mais mortal de câncer de pele, mas dados não apoiam a retórica comum de que ele é causado pela luz solar.
Em um estudo com trabalhadores ao ar livre e risco de câncer de pele na Europa, embora eles tivessem mais exposição UV tanto durante o trabalho e momentos de descanso e menos uso de protetor solar comparado aos trabalhadores de escritório, “não foram encontradas associações significativas para melanoma.” Esta descoberta é corroborada muitas vezes na literatura,” diz Saladino. “Há bastante literatura que sugere que há talvez múltiplas causas do melanoma, das quais nem todas estão relacionadas com o sol.”
Da mesma forma, em uma revisão rápida publicada na revista The Lancet, nota-se que trabalhadores ao ar livre foram identificados por possuir um risco reduzido de melanoma, comparados aos trabalhadores de escritório, “sugerindo que a exposição crônica à luz solar pode ter um efeito protetor.” Nota-se também que, embora alguns melanomas se formem em áreas da pele expostas ao sol, outras se formam em áreas que raramente veem o sol.
“Certamente queimar-se quando você era criança é uma coisa ruim. Você não quer que isso aconteça, mas é o melanoma realmente um câncer associado ao sol? Eu acho que não. Eu acho que há evidências claras que o melanoma nem sempre está associado com o sol,” diz Saladino.
Melanoma Ligado ao Ácido Linoleico
Saladino aponta um estudo de 1987, durante o qual amostras de tecido gorduroso foram colhidas de 100 pacientes com melanoma e de 100 pessoas sem a doença e analisadas para ácidos graxos.
Não apenas há um aumento no ácido linoleico no tecido de todos os participantes, mas a porcentagem de ácidos graxos poliinsaturados é significantemente maior nos tecidos dos pacientes com melanoma. “A sugestão é feita de que o consumo crescente de produtos poliinsaturados pode ter um efeito contribuinte na etiologia do melanoma,” os pesquisadores concluíram.
O ácido linoleico é a principal gordura encontrada nas gorduras poliinsaturadas omega-6, incluindo óleos vegetais e sementes e representa quase 80% da composição de gordura dos óleos vegetais. As gorduras omega-6 devem ser equilibradas com gorduras omega-3, para não serem prejudiciais, mas a maioria dos Americanos não comem desta maneira.
A maioria dos omega-6 que as pessoas ingerem, incluindo óleos de sementes, foram danificados e oxidados durante o processamento. Uma vez oxidado, ele gera metabólitos oxidados do ácido linoleico, que são mutagênicos, carcinogênicos, citotóxicos e aterogênicos. De acordo com Saladino:
“Seria possível que o consumo crescente de ácido linoleico poderia estar causando fragilidade nas membranas celulares e poderia estar levando a danos oxidativos no sol, causando danos no DNA e então mais lesões precursoras de nevos melanocíticos ou melanoma, ou poderia a mesma coisa estar acontecendo com as células escamosas e basais?
Eu diria que sim. Isso não é apoiado pela literatura ainda, porque não tem havido nenhum estudo sobre isso. Precisamos de muito mais estudos com ácido linoleico…Eu tenho grandes preocupações de que o ácido linoleico encontrado nos óleos de sementes é um dos maiores causadores de doenças crônicas nos humanos.” O ácido linoleico é encontrado em virtualmente todo alimento processado, incluindo comidas de restaurantes, molhos e temperos para saladas, bem como em comidas “saudáveis” como frango, porco e alguns azeites de oliva, então eliminar estes alimentos de sua dieta é outro trampolim para uma boa saúde.
Construa o Seu Calo Solar
A chave para obter os benefícios da luz solar, minimizando ao mesmo tempo o risco de queimaduras, é não usar protetor solar, que tipicamente contém químicos desreguladores endócrinos, mas ao contrário, construir o que Saladino se refere como seu calo solar:
“Se sua pele é clara, cubra-se, exponha-se ao sol em pequena quantidade, desenvolva seu calo solar…leve o UVA e UVB para camadas diferentes de sua pele. Escureça gradualmente com aquele UVB produtor de melanina e gradualmente pense em estar no sol. Como um dever de casa que é minha receita para você, tome sol gradualmente…esta é sua chance de preencher suas reservas de sol.
Isso é vitamina D e outros componentes que são produzidos do sol em sua pele e armazenados em seu corpo, mas faça isso gradualmente. Se você for ficar no sol por muito tempo, para tomar sol seguramente sem se queimar baseado na sua quantidade relativa de melanina em sua pele, cubra-se.”
Esteja ciente, entretanto, que sua dieta representa um papel importante na sua propensão para queimadura solar. Alta ingestão de ácido linoleico aumenta seu risco de queimadura solar, enquanto que eliminar óleos de sementes de sua dieta irá reduzir dramaticamente seu risco de queimadura e câncer de pele, pois a suscetibilidade aos prejuízos da radiação UV é controlada pelo nível dos ácidos graxos poliinsaturados em sua dieta.
É quase como um mostrador. Os ácidos graxos poliinsaturados controlam o quão rapidamente sua pele queima e o quão rápido você desenvolve câncer de pele. Saladino aponta que psoralenos, que são encontrados em certos alimentos vegetais como salsão e mandioquinha, podem também ser problemáticos, pois eles tornam sua pelo mais sensível à luz solar. A mensagem, entretanto, que Saladino reforça é esta:
“Não tenham medo do sol, meus amigos. Não se queimem, mas não temam o sol – coloque-o em todo seu corpo, vejam como se sentem…Se você estiver num lugar onde não pode tomar sol na maior parte do ano, considere mudar-se ou então uma cama de bronzeamento que tenha algum nível de UVA e UVB que imita o sol.”
Dr Joseph Mercola — Fonte: https://drleonardcoldwell.com/
Roseli Giusti Zahm e Marco Iorio Júnior – Tradutora e Editor exclusivos do Trabalhadores da Luz